UFSCar integra rede de pesquisa em bioinsumos para agricultura familiar
A UFSCar assinou no dia 9 de setembro, em Brasília, documento de criação de rede voltada à pesquisa, à inovação e à transferência de tecnologia em bioinsumos para a agricultura familiar. A Reitoria foi representada pelo Diretor do Campus Lagoa do Sino, Alberto Carmassi, em evento promovido pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA). Também participou Roberta Barros Lovaglio, docente no Centro de Ciências da Natureza (CCN) que coordena um conjunto de projetos de pesquisa e de extensão na área já em desenvolvimento na Universidade.
A Rede integra a Estratégia de Bioinsumos para a Agricultura Familiar, lançada no evento. O objetivo é incentivar e apoiar a produção e a utilização de bioinsumos – que são produtos, processos ou tecnologias de origem natural (vegetal, animal ou microbiana), alternativos a agrotóxicos, por exemplo. No caso do Campus Lagoa do Sino da UFSCar, o conjunto de iniciativas já voltadas a esse objetivo em andamento motivou a integração da Universidade à Rede.
Uma delas é o projeto “A agricultura familiar e a biodiversidade contribuindo para a produção de alimento sustentável e saudável”, coordenado por Lovaglio e financiado pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), a partir da participação institucional na chamada pública “Cadeias socioprodutivas da agricultura familiar e sistemas agroalimentares sustentáveis”. O projeto visa contribuir para a expansão da produção e do uso de bioinsumos pela agricultura familiar em diferentes frentes, como a formação de um banco de microrganismos eficientes; o desenvolvimento de protocolos de produção de baixo custo; a capacitação em técnicas de controle de qualidade; e o desenvolvimento de novos produtos a partir da biodiversidade brasileira, dentre outras.
“A aprovação desse projeto pela Finep foi uma sinalização muito importante de estarmos no caminho certo ao buscar articular diferentes grupos da UFSCar e, especialmente, buscar a possibilidade de que sejam contemplados grupos que ainda não estão totalmente consolidados nessas chamadas”, relembra o Pró-Reitor de Pesquisa da UFSCar, Pedro Fadini. “Esse desdobramento, com a participação protagonista da UFSCar na criação da Rede, evidencia a relevância desses esforços e, muito especialmente, o potencial e o impacto social já concretizado das atividades que nossa comunidade desenvolve”, complementa.
O projeto, com R$ 2,98 milhões concedidos pela Finep para o período de três anos, tem parceria com o assentamento Pirituba, de Itaberá (SP), vinculado ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). A equipe da Universidade é formada por cerca de 20 docentes, de diferentes áreas de conhecimento e campi, que construiu a proposta a partir do diálogo com os agricultores do Assentamento, considerando os desafios práticos enfrentados no uso e produção de insumos agroecológicos.
Outra iniciativa coordenada por Lovaglio tem como território de desenvolvimento sete municípios da região de Sorocaba, com recursos de emenda do Deputado Federal Vitor Lippi, que é da região (R$ 200 mil). O projeto é voltado à capacitação sobre a produção e o uso de bioinsumos junto a integrantes de cooperativas rurais. Também na área de formação e capacitação, um terceiro projeto é vinculado ao Programa de Formação em Assistência Técnica e Extensão Rural para Assentamentos de Reforma Agrária, que reúne 19 instituições de Ensino Superior, sob a coordenação do MDA e da Universidade Federal de Goiás (UFG). Neste caso, as atividades são voltadas sobretudo a jovens assentados.
“A disseminação do uso de insumos biológicos no território brasileiro ganha ainda mais relevância diante dos desafios ambientais atuais, uma vez que o emprego de microrganismos possibilita a execução de práticas agrícolas mais sustentáveis, e assim à produção de alimentos saudáveis e livres de resíduos químicos. Além disso, a produção de bioinsumos para uso próprio coloca o produtor como protagonista no manejo de sua lavoura, ao mesmo tempo em que promove autonomia e redução de custos”, situa a coordenadora dos projetos.
“Este é mais um marco de como o compromisso do Campus Lagoa do Sino com a agricultura familiar, a segurança alimentar e o desenvolvimento territorial sustentável, ao mesmo tempo que associa as atividades de ensino, extensão e pesquisa a transformações importantes no entorno da Universidade, já apresenta resultados cuja relevância insere a UFSCar em redes nacionais que multiplicam essas experiências e esse conhecimento em outras localidades do País”, celebra o Diretor do Campus.
Além da UFSCar, nesta etapa de criação, já integram a Rede Bioinsumos a Finep; a UFG; a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa, unidade Agrobiologia); os institutos federais de São Paulo (IFSP) e do Pará (IFPA); e as universidades federais de do Oeste do Pará (Ufopa) e do Pampa (Unipampa). A assinatura do documento de criação aconteceu em evento do Coopera Mais Brasil (Programa Nacional de Fortalecimento do Cooperativismo, do Associativismo e dos Empreendimentos Solidários da Agricultura Familiar). Também participou do evento Márcio Rogério Silva, docente no CCN que coordena atividades no âmbito do Programa Nacional de Apoio à Qualificação da Gestão dos Empreendimentos da Agricultura Familiar (Mais Gestão).