Novo instituto produz Ciência para conservação e pesca sustentável

Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Biodiversidade e Uso Sustentável de Peixes Neotropicais tem sede na UFSCar

(Texto: Mariana Pezzo)

A região Neotropical - onde o Brasil está inserido - abriga a maior diversidade de peixes de água doce do mundo, com cerca de 6.200 espécies descritas.

"O conhecimento dessa biodiversidade é uma questão estratégica não só para o uso racional de recursos naturais, mas também para embasar políticas adequadas de conservação", elenca Marcelo de Bello Cioffi, coordenador do recém-criado Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Biodiversidade e Uso Sustentável de Peixes Neotropicais (INCT Peixes).

Cioffi conta que, apesar de o Brasil ter cientistas e grupos de pesquisa importantes em diferentes áreas relacionadas à temática, faltava articular esse trabalho, tanto para alcançar avanços na fronteira do conhecimento científico, quanto para aproximar esse conhecimento da realidade e, assim, poder contribuir para o desenvolvimento em termos de políticas ambientais e da indústria pesqueira do País. Para tanto, o INCT Peixes, sediado na UFSCar - onde Cioffi é docente no Departamento de Genética e Evolução (DGE) -, agrega cientistas de outras 27 instituições brasileiras e 22 em outros países. São mais de 100 pessoas no total, entre estudantes de pós-graduação, docentes e outros pesquisadores. Destas, oito são docentes na UFSCar; além do DGE, participam da iniciativa os departamentos de Ciências Fisiológicas (DCF) e de Ecologia e Biologia Evolutiva (DEBE) e o Biotério Central da UFSCar.

A atuação do INCT Peixes estará organizada em oito frentes de trabalho: Taxonomia e distribuição; Ecotoxicologia e biomonitoramento ambiental; Conservação; Aquicultura; Diversidade genética; Relações evolutivas; Ensino; e Divulgação científica. Articuladas, poderão concretizar os avanços científicos pretendidos e, também, compartilhar evidências que embasem políticas públicas para conservação das espécies e para o desenvolvimento de novos produtos e tecnologias na aquicultura. O trabalho em equipe permitirá, por exemplo, a otimização das expedições de coleta de exemplares para estudo, com agenda comum e instalação de infraestrutura de apoio nos locais com maior demanda.

O INCT Peixes foi um dos projetos contemplados na Chamada nº 58/022 do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) (link externo), para criação de novos INCTs. A UFSCar também foi contemplada com o INCT em Materiais Ferróicos para Conversores de Energia, coordenado por José Antônio Eiras, docente no Departamento de Física da Universidade. Eles vêm se somar a outros três INCTs já coordenados por docentes da UFSCar e pelo menos 14 com participação de docentes da Instituição.

Mais informações sobre o INCT Peixes estão disponíveis no site do Instituto (link externo).